sábado, 27 de março de 2010

' Temos todo o tempo do Mundo.! '


Hoje Renato Russo faria 50 anos se a morte não o tivesse levado no auge da fama na manhã de 11 de outubro de 1996. Para Dona Carminha, mãe do poeta-cantor, Junior seria hoje um homem resolvido e plácido, mais dedicado ao cinema e à literatura do que ao rock. Dinho, vocalista do Capital Inicial, prefere lembrar o vigor poético do amigo de tantas aventuras pelas noites loucas de Brasília: “Tinha um talento muito acima dos demais”. Homenagens são muitas, destacam-se os lançamentos do livro Como se não houvesse amanhã e do CD Renato Russo: duetos (EMI), com a participação de Fernanda Takai, Caetano Veloso, Célia Porto e outros 12 nomes da música brasileira. era como ele cantava… “Se lembra quando a gente/ Chegou um dia a acreditar/ Que tudo era pra sempre/ Sem saber/ Que o pra sempre/ Sempre acaba...
Aos 50 anos, Renato Russo seria careta, estaria distanciado da música, ligado ao cinema e à literatura e veria o filho como amigo. Pelo menos é essa a projeção que fazem Maria do Carmo, Carmem Teresa e Giuliano Manfredini, respectivamente mãe, irmã e filho do eterno criador do Aborto Elétrico e da Legião Urbana, um dos nomes fundamentais da história do rock brasileiro.

Catorze anos depois de sua morte, a imagem de Renato continua presente entre os familiares mais próximos, guardiões do legado e do espólio do artista. Eles mantêm viva na memória de quase quatro décadas de convivência com um genial compositor, poeta inspirado e intérprete diferenciado que cantou como poucos a cidade em que morou durante a infância, adolescência e de onde saiu para se tornar um ídolo nacional.

“O Júnior sempre esteve mais próximo de mim do que do Renato (Manfredini, o pai). Mesmo quando estava alterado, recorria a mim, para chorar, desabafar e desculpar-se. E isso ocorria mesmo depois de ele se tornar famoso. Sempre fomos muito próximos um do outro. Com o pai, sempre atento a tudo, era diferente. Não existia uma relação de carinho explícita. Não me lembro de vê-los se abraçando, por exemplo”, recorda-se, emocionada, Maria do Carmo, a Dona Carminha.

Para ela, se o ex-band leader da Legião estivesse vivo e saudável, seria um cinquentão distante da turbulenta relação com as drogas, um pai dedicado e um criador voltado para outras artes. “A música não seria mais o foco principal da atenção do Júnior. O cinema e a literatura, nesta ordem, estariam ocupando mais o tempo dele. De uma coisa tenho certeza: com inteligência, talento e conhecimento que possuía, continuaria sendo brilhante em qualquer das atividades artística que viesse a se envolver”.

Irmã, confidente e cúmplice de Renato Russo, Carmem Teresa, vocalista da banda Tantra, segurou muitas “barras” do irmão. “Desde cedo, ele aprontava todas e eu tinha que ficar calada. Conversávamos muito sobre tudo e testemunhei o surgimento de várias músicas dele”, revela. “Nos últimos anos de vida do meu irmão via-o um tanto quanto desgostoso com a rotina de atividades com a Legião e, principalmente, com a pressão exercida pela gravadora, sempre estabelecendo prazos para a gravação e lançamento de discos.”

Por conta disso, Carmem, a exemplo de Dona Carminha, acredita que, aos 50 anos, a música seria algo secundário na vida de Renato. “Imagino-o dirigindo filmes, até porque o cinema era uma das suas paixões; e, quem sabe, dedicando-se à literatura, mas sempre exercitando a reflexão. As novas mídias, certamente, o teriam como usuário, ele sempre foi muito curioso.”

Aos 20 anos, Giuliano Manfredini tem a figura do pai como um emblema. “Ele está presente em minha vida de forma total e absoluta. Sempre que tenho que tomar alguma decisão, resolver alguma coisa, converso comigo mesmo, como se estivesse conversando com ele. Mesmo com 30 anos de diferença de idade, se ele estivesse vivo, não tenho dúvida de que teríamos uma relação de amigos, muito mais do que a de pai e filho.”

“A música não seria mais o foco principal da atenção do Júnior. O cinema e a literatura, nesta ordem, estariam ocupando mais o tempo dele”
Maria do Carmo Manfredini, mãe de renato russo

quinta-feira, 25 de março de 2010

Vento no Litoral



De tarde quero descansar,
Chegar ate a praia e ver
Se o vento ainda está forte
Vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção

Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando eu vejo o mar,
Existe algo que diz,
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.

quarta-feira, 24 de março de 2010

MEC estuda fazer Enem 2010 em 6 e 7 de novembro.

O Ministério da Educação (MEC) estuda fazer a próxima prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano nos dias 6 e 7 de novembro, logo após o segundo turno das eleições. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (24) pela Agência Brasil, mas a assessoria do órgão não confirma oficialmente a possível data.
Na terça-feira (23), o ministro Fernando Haddad discutiu um possível calendário com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Segundo o presidente da associação, Alan Barbieiro, as inscrições para a prova devem começar em junho ou julho, e o processo deve estar concluído até janeiro de 2011.
Também na terça, a secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari, anunciou que o MEC deve realizar uma nova etapa do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) no início de junho. O sistema vai trazer pelo menos uma mudança: o aluno deve ter somente uma chance de escolher os cursos de preferência, e não três, como na etapa do começo deste ano.
Segundo Maria Paula, ao final dessa seleção única, será gerada uma grande lista e, com base nela, devem ser feitas sucessivas chamadas, até que as vagas estejam preenchidas. Ainda não está definido, mas o ministério discute quantas opções de curso o estudante poderá fazer nesta seleção e qual o critério de hierarquia que será utilizado.
As instituições federais poderão aderir ao sistema a partir do final de abril. Devem participar, entre as 51 instituições que já fazem parte do SiSU, as que têm processo seletivo de meio de ano. A secretária não descartou, no entanto, que outras universidades participem desta etapa.

sábado, 20 de março de 2010

o nosso EU.

Não é o desafio com que nos deparamos que determina quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio. Somos combatente, idealistas, mas plenamente conscientes, porque o ter consciência não nos obriga a ter teorias das coisas: só nos obriga a sermos cnscientes. Problemas para vencer, liberdade para provar. E, enquanto acreditamos no nosso sonho, nada é por acaso.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Quatro capitais brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo, diz ONU.

Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Brasília são as cidades mais desiguais do Brasil, segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), que será divulgado nesta sexta-feira (19), no Rio de Janeiro. Em comparação às cidades no mundo, só perdem para três cidades sulafricanas, que lideram a lista de desigualdade: Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni.
Esse é um dos dados que serão apresentados no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio, onde vai acontecer, na próxima semana, o V Forum Urbano Mundial da ONU. Este ano o tema em debate é o crescimento das cidades e as políticas públicas que precisam ser implementadas para o cidadão ter seus direitos garantidos, como o acesso à moradia. Segundo a ONU, mais da metade da humanidade hoje vive em cidades.
As cidades citadas apontaram um valor de Gini, baseado na renda, superior a 0,60. Esse índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade entre o que as pessoas ganham).
No documento, a ONU ressalta que quando o índice de Gini tem como base o gasto em consumo, reflete menos desigualdade do que quando se baseia em renda. Isso significa que, mesmo que as cidades brasileiras apresentem um alto índice de desigualdade de renda, o acesso à água potável e ao saneamento básico obtiveram um resultado melhor do que as cidades altamente desiguais dos países pobres africanos.
Um exemplo, segundo a ONU, é que em Brasília, apesar do alto valor de Gini, 90% da população tem acesso à água corrente e 85%, a saneamento.


De acordo com o relatório, 227 milhões de pessoas em todo o mundo deixaram as favelas na última década. O documento afirma que o Brasil conseguiu reduzir sua população favelizada em 16% desde 2000. Cerca de 10,4 milhões de pessoas melhoraram as condições de vida nesses 10 anos.
A redução na favelização no Brasil é atribuída, entre outros fatores, a políticas que aumentaram a renda dos mais pobres, redução do crescimento populacional e programas de urbanização.
O documento afirma ainda que China e Índia também melhoraram as condições de moradia de suas populações. Só na Índia, 125 milhões de pessoas saíram das favelas entre 2000 e 2010.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Reflexão.

Quando se encontra com seu passado, o que você faz? Quando pensa no futuro, o que vê? Eu vejo o mesmo que hoje, igual a como sempre foi, dia após dia, sempre igual ao que há de ser ... a mudança de tudo esta em cada qual... para os sentimentos: o momento, para os desejos: as necessidades; para as diferenças : as atitudes
E para tudo acontecer: arriscar...!

terça-feira, 16 de março de 2010

Biquini Cavadão, 25 ANOS. *__*

Quando fizemos nossa primeira apresentação no Circo Voador com um repertório de apenas quatro músicas, não imaginava que vinte e cinco anos depois estaria ainda aqui tocando e cantando com esta banda de nome esquisito: Biquini Cavadão.
Naquela noite, o show Medidas de Impacto trazia atracões como a banda brasiliense Escola de Escândalos e o grupo Anjos e Arranjos. Acho que fomos a última banda a se apresentar. O dia não estava nascendo mas talvez esta já fosse nossa sina, fechar a noite. O nome do show era uma alusão a uma frase do recém eleito presidente Tancredo Neves. Ele que disse que tomaria as tais medidas de impacto assim que assumisse. Não assumiu e todos sabemos como terminou esta história. Outro texto interessante e que explica bem o porquê de celebrarmos nosso aniversário nesta data está aqui, escrito em 2000.
“Boa noite, nós somos o Biquini Cavadão e nossa primeira música é um Tédio!”. Subíamos ao palco com uma canção razoavelmente conhecida. Ela já estava tocando há quatro meses na Rádio Fluminense, berço das principais bandas do boom dos anos 80 e passaporte de muitos que ali tocaram para o primeiro contrato com uma gravadora.
Acontece que não tínhamos mais nenhuma música além dessa e, ao ser interrogado na gravadora por Marcelo Castelo Branco sobre o repertório, o jeito foi dizer que “tínhamos muitos projetos”! E com esta lorota, assinamos! Logo estávamos no estúdio em Janeiro de 85, em pleno Rock In Rio, gravando Tédio e um de nossos projectos: No Mundo da Lua, escolhida por nós como Lado B do compacto de vinil que nos lançaria pela PolyGram. Durante os meses seguintes, compusemos mais outras duas: TImidez e Inseguro de Vida. Ah, e tinha uma versão pornô de Tédio também, de fazer o MC Catra corar! A gravadora apostava suas fichas nesta versão mas não houve jeito de gravarmos. Como uma piada no meio do show, tudo bem. Lançá-la seria uma estupidez.
O show naquela noite assim - corrigindo - teve cinco músicas, e o tempo voou naquele palco. Quanto tempo mais teríamos além dos famosos 15 minutos de Andy Wharol? Poucos, acreditávamos. A banda mais longeva que eu conhecia eram os Rolling Stones e eles estavam comemorando uns 23 anos de carreira naquele ano de 85. O que pensar de nós? Com sorte, 23 meses! Não por menos, segui a faculdade por mais dois anos até perceber que conciliar a agenda e as matérias de engenharia era impossível, graças ao sucesso da banda.
Sempre comparo a vida e nossos objetivos como um barco no meio do mar: ou você rema para onde quer e enfrenta ondas e correntezas onde muitos naufragam, ou estende a vela e deixa os ventos soprarem para te levar aonde você nunca imaginou. Acho que apostamos no segundo caso em relação à banda. Vento ventania nos levou para muitos lugares incríveis, mas tivemos de saber quando e como remarmos para não ficarmos encalhados. Os anos passaram e por tudo também passamos. O Biquini teve momentos de pura explosão e sobreviveu também a longos períodos de ostracismo. Entretanto, de todas estas fases, eu tenho que dizer: estamos vivendo nossos melhores anos agora. Em nº de shows esta década reúne 6 anos entre nossas dez melhores marcas, contra 3 nos anos 90 e apenas um na década de 80. São shows por todo país, cobrindo praticamente todos os estados. Em cada lugar, uma nova descoberta nossa, uma renovação do público e um sucesso que, se não é visível nas telas de TV, pelo menos não sai da cabeça da galera. Sem puxar o saco de ninguém, sem ser queridinho, mas fazendo o que a gente gosta, só posso agradecer a todos que nos respeitam, que apostaram ontem, hoje e sempre, por nos manter nesta caminhada.
A Miguel, Coelho e Birita. É bom estar com vocês, 25 anos depois. Á nossa equipe, cada show é uma vitória que todos nós conquistamos. Aos fãs, obrigado por deixarem a gente fazer parte da trilha sonora de vocês!

Bruno Gouveia